O Moitará constitui a única ocasião em que tribos diferentes acampam no mesmo local. É um ritual de troca de artefatos ligados à especialização manufatureira de cada grupo, realizado entre os índios do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Assim como o Kula, na Melanésia, etnografado por Malinowsky em Os Argonautas do Pacíficio Ocidental, os atos da troca nesses acontecimentos não se limitam ao índice comercial: cada tribo, consciente de sua individualidade e seu valor enquanto etnia coloca seus objetos à circulação.
Tais ações contribuem efetivamente para a valorização de cada cultura em particular e para a manutenção dos valores básicos comuns a todas as tribos, garantindo relações pacíficas e cíclicas entre as diferentes identidades culturais.
Juntando a possibilidade rizomática que a VERBO cria na Galeria Vermelho, o GrupoUm e o Opavivará! projetaram um Moitará. Desenharam uma tiragem de 900 moedas numeradas para serem trocadas e, a partir daí, instaurarem uma dinâmica social atípica. Cada moeda será trocada por um outro objeto, ação, sensação, alimentação, o que seja. Toda troca é catalogada neste blog a título documental e remissivo, formando uma rede de trocas.
Para o grupo, possibilita-se a constituição de um acervo de trocas. Para o espectator fica a administração pulverizada deste objeto. Durante a semana da VERBO, estaremos dentro da galeria quando noite e fora quando dia performando. O projeto continuará circulando, após o encerramento da mostra de performances
A inserção de uma moeda sem lastro abre o campo da negociação ideológica: a valorização e o poder de troca não são pré-determinados por um mercado, mas sim pelos integrantes do grupo e os participantes/ espectadores da mostra VERBO. A desespecialização do discurso artístico é fundamental para a clareza do tom de negociação, afinal o grupo cria a possibilidade de o artista renegociar o poder curatorial,crítico e institucional do seu próprio trabalho.
Moitará how!
Duas tribos se encontrar para focalizar e dispersar um ritual de moitará.
Os ancestráis nativos trocavam colares e espelhos por árvores de Pau-Brasil com os ancestráis de portugal. Estra troca era chamada pejorativamente de escambo pelos portugueses que muitas vezes menospresavam a capacidade dos índios. A mesma troca pode ser chamada positivamente de moitará pelos índios que desde sempre souberam que a troca se dá com cada um dando o que tem e confiando que cada ser sempre recebe o que tem de receber.
Esta versão remix-pop-cult-hibrid-web do ritual celebração ancestral indígena também vem sendo criada desde seu princípio como uma troca onde cada indío/artista e cada coletivo/tribo dá o dom que tem e a abundância universal os multiplica.
A tribo GrupoUM e a tribo OPAVIVARÁ! Vem trocando idéias e ações no Rio de Janeiro e agora realizam este rito-ação em parceria. Acontecendo simultaneamente no em São Paulo, Londres, Paris e Israel, neste Moitará os artistas/atuantes estão longe de seu habitat, levam na bagagem sonhos, amores, idéias e uma certa quantidade de Moitará/moeda/colar para trocar.
No encontro com outras povos/tribos a troca multiplica as relações dilatando o espaco.
Trocar pelo quê?
Quem viver verá. E quem não presenciar poderá imaginar lendo esta oca-blog na aldeia global.
gostei da troca…….
por vezes achamos que damos demais, pressionados por demandas e prazos nos esgotamos no que parece ser uma infinita doação…
outras vezes pedimos, imploramos… – atenção, carinho, reconhecimento – e nos frustramos quando não ouvimos o eco de nossos apelos…
esse movimento nos devolve o prazer de trocar – dar e receber pode soar como brincadeira mas também é uma oprotunidade para refletir sobre o que podemos oferecer, o que poderá interessar ao outro.
ao descobrir que o que vale não é apenas o material, tudo se torna ainda mais inspirador.
afinal é sempre bom lembrar que o que somos é muito mais do que o que temos.
meu moitará : 635
valeu, Giba
Olá. Troquei um assovio especial por um moitará na Galeria Vermolho. Será publicado?
Abraços
resposta: todos as trocas serão postadas. é só uma questão de tempo. abraço.
olá, domingos.
é possível combinarmos uma troca a distância? estou em sp. 🙂
kellycbraz@gmail.com
abs~
Muy interesante la propuesta, la historia y bastante divertido el asunto de la negociación, aprovechando y dando merito a las historias y vivencias de cada objeto, sensación o performance presentado. Reviviendo la troca como elemento comercial, mejor aún en este caso un intercambio más para além de lo comercial y si una vivencia en cada negociación.
¡Adelante! con el proyecto… hay un mundo por delante.
SSA-Costa Rica, moitará: 52
Un abrazo.
Adorei a Reviv-essência do moitará. Minha eterna admiração por vocês, “jovens”. Vão, sem saber bem porquê, à essencia da vida. É isso aí, meninos ! O futuro será novamente a “troca”.
Heli Freireg
gostaria de trocar um moitará de voces, por uma fala/vivência sobre o movimento humano como estratégia adaptativa/evolutiva e o repertorio motor humano contemporâneo
é só combinar uma data e chamar quem quizer…
Adoraria saber mais sobre o movimento moitará, ouvi essa palavra um dia num hotel onde estive hospedada, não entendi “patavina de nada” mas recordo bem de uma doce e querida pessoa que a usou em um papo com o Léo, pessoa querida do hotel.Por incrével que pareça essa doce pessoa a qual me refiro tinha esse nome Márcia Mattar. Será que se trata da mesma pessoa que tive o prazer de conhecer e admirar em tão pouco tempo de convivência?Bjs a todos.
Gostaria de fazer um troca… pode ser pelo correio?
Moro em Floripa!
Olá, eu estava ontem na intervenção em Limeira no Circuito Sesc Artes,
me propuseram uma troca via correio.
Meu e-mail ariely.barata@gmail.com
Abraços e parabéns. O Coletivo mais criativo que já tive notícias até hoje!
Legal, Ariely.
Mande um e-mail com sua proposta de troca para opavivara@gmail.com !!!
abração
Fiz uma troca no Circuito Sesc de Santa Bárbara, queria ver aqui postada minha troca, hehe. Abraço!
Espero ansiosa pela publicação do meu!
Circuito sesc santa bárbara. 😀
troquei uma carta de uma antiga namorada, moitara 626 625 ou 627 um desses 3 pois estavamos eu e ela, ae misturamos os moitarás…..eu tenho em mãos o 626 mais não sei realmente se é esse, por favor publiquem ou mandem uma fotto para mostrar pra ela. mendes.evertton@gmail.com agradeço de coração