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Archive for the ‘trocas em Paris’ Category

Troca Feita pelo Alexandre Maia

Natalia é muito amiga de Renata (moitara 254). Colombiana, esteve em Paris para estudar na escola de belas
artes, onde desenvolveu um trabalho rico e variado, passeando com sensibilidade por diferentes meios e su-
portes. Resolvi fazer a troca no dia de seu diploma, recompensa pela bela exposiçao que ela havia feito.

Alguns meses mais tarde, um dia antes de embarcar para a colombia, ela me deu estes dois desenhos. Cada um
deles representa uma pedra; uma fêmea, outra masculina. As verdadeiras pedras se encaixam uma na outra. Ela
quis guarda-las, pois lhe trazem lembranças preciosas do momento em que foram encontradas, preferiu fazer
estes desenhos, que têm outro tipo de valor, nao menos importante.

No verso de um desenho ela escreveu: « En Cambio; esta piedra la encontre en Varengeville sur mer en Nor-
mandie. Une galette masculin. Utencilio, arma o solo piedra. ». Atras do segundo desenho: « En estos dias,
escuche que las piedras eram el esqueleto del mundo, es nuestra historia mineral. Esta piedra me la dio Sepide,
mi amiga. Es una piedra femenina, algo ocre, maron y con manchas verdes. ».

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Troca Feita pelo Alexandre Maia

Renata foi uma companheira importante durante os primeiros anos em que estive em paris. Vivemos simultanea-
mente uma revoluçao em nossas vidas. Ela chegou aqui na mesma época que eu, para fazer um intercâmbio na
beaux-arts. Ambos, resolvemos ficar por aqui.

Enfrentamos as incertezas, inseguranças e dificuldades ligadas à adaptaçao. Passamos juntos por todas as etapas
do concurso para incorporar a escola e juntos, conseguimos passar para o terceiro ano de estudo.

Foram momentos estranhos, penosos; queriamos vencer este desafio mas ao mesmo tempo éramos fortemente
marcados pelas lembranças do brasil, pela vida que teriamos que abandonar. Aos poucos, naturalmente, fomos
nos sentindo à vontade, cada um se moldando à sua maneira, fazendo desta cidade o seu meio ambiente.

Nessa época, Renata fez uma especie de ritual em que, simbolicamente, se enraizava na terra deste pais estran-
geiro. Com um vestido vermelho, suja dos pes ao cabelo, parecia uma virgem oferecida em sacrificio para apazi-
guar os deuses franceses.

Compartilhamos muitas historias durante estes três anos; muitas festas, muita musica, muitos amigos em comum.
A casa de Dona Renata era um ponto de encontro movimentadissimo.

Em 2010 chegamos ao fim de mais um ciclo. Passamos na mesma epoca nossos respectivos diplomas e agora,
cada um foi para seu canto. Ela voltou para o Brasil e eu resolvi ficar mais um pouco.

Renata trocou seu Moitará por um cd com musicas que representam muito bem aquilo que ela é.

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Troca Feita pelo Alexandre Maia

Quando se mora no estrangeiro existe uma
tendência natural a se aproximar dos conter-
râneos; pessoalmente, foi a experiência que
eu tive. Uma cumplicidade natural, um en-
tendimento que ultrapassa a lingua; é toda
uma cultura que se compartilha, uma lingua-
gem, uma raiz comum.

Conheço muitos franceses e estrangeiros,
pessoas maravilhosas (minha namorada é
francesa), mas foi com brasileiros que acabei
constituindo o que mais se parece com uma
familia. Visto que a maioria esta de passa-
gem trata-se de um grupo em perpétua trans-
formaçao, uns indo outros vindo. Monna
veio, voltou ao Brasil e agora ja esta de volta
na França, desta vez em Aix en Provence.

« Eu nao estou indo-me embora, tô só preparando a hora… de voltar. »(Um dia/Caetano).

Monna festejou um de seus aniversarios no bar
La Goguette com show do Brésil Imprévu, grupo
de amigos que faz um tipo de samba eletro acus-
tico experimental. O bar estava lotado. Foi nessa
ocasiao que conheci grande parte das pessoas que
viriam à se tornar parte de uma grande familia.

Monna*mour (é assim que ela assina suas men-
sagens e-mails), foi muito generosa ao fazer sua
troca. Deu em oferenda para o Moitará uma caixa
rosa na qual repousam todos os pequenos e pre-
ciosos objetos com os quais ela compôs um lindo
altar à Iemanja.

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Troca Feita pelo Alexandre Maia

A primeira vez que encontrei com Luisa era aniversario de Monna (Moitará 503). Ela estava lá,
dançante, leve, fluindo pelo espaço, bricando com a gravidade, alegre e ao mesmo tempo compe-
netrada, em consonância com as pessoas, com a musica e com o lugar.

Era época de carnaval. Poucos dias depois foi a grande festa, um desfile com varios grupos de ba-
tucada que serpenteou pelas ruas de Paris atravessando a cidade de Gambetta até o Hotel de Ville.
Foi no meio da folia que reencontrei com Luisa, ela de flamengo, eu de Botafogo. Com uma pasta
branca e um lapis nos fizemos Pierrot e seguimos a dança nos desmanchando na multidao.

A ultima vez que encontrei com Luisa, ela tambem estava dançando. Eram movimentos decompos-
tos, fragmentados, repetitivos, indepedentes do som experimental que faziam os amigos. Ela estava
ensaiando com Pedro Pagnuzzi e Olavo Vianna uma performance que apresentarao em março de
2011 no festival « Ici et Demain », organisado pela prefeitura de Paris.

Luisa tambem escreve… A foto que ela deu em troca do moitará deve ser realmente importante pra
ela pois é com ela que se abre a pagina de seu blog na internet, onde publica regularmente suas
poesias: http://www.diariomomento.blogspot.com.

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Troca Feita pelo Alexandre Maia

Mari veio à Paris para um intercâmbio
realizado entre a São Francisco e o curso
de direito da Sorbonne. Fui apresentado à
ela pelo marcelo (moitara 399). Dos dois
guardarei muitas lembranças, em espe-
cial a de um passeio pelo parc de Sceaux
coberto de branco…

Mari adora ler. Entre seus autores prefe-
ridos estao Manoel Bandeira e Fernando
Pessoa que falam a traves dela no seu
jeito charmoso de recitar poesia fechando
os olhos e dançando com as maos.

Apaixonada por cinema, ela adora fazer
refêrencia à cenas, dialogos e historias.
Durante muito tempo ela me falou sobre
Mononoque Hime, um filme muito im-
portante pra ela, desses que se vêem qual
escuta-se à uma musica, para fazer renas-
cer sentimentos.

Mari aprendeu com sua avo, nascida no
Japao, à fazer um bonequinho de pano
chamado Teru-bozu, uma especie de fan-
tasminha amuleto. Ele é pendurado ao
umbral de uma janela para afugentar a
chuva ou trazer de volta o bom tempo.

Com sua avo, Mari tambem aprendeu uma pequena cantiga que se faz ao teru-bozu:

Teru-teru-bōzu, teru bōzu
Ashita tenki ni shite o-kure
Itsuka no yume no sora no yo ni
Haretara kin no suzu ageyo

Teru-teru-bōzu, teru bōzu
Ashita tenki ni shite o-kure
Watashi no negai wo kiita nara
Amai o-sake wo tanto nomasho

Teru-teru-bōzu, teru bōzu
Ashita tenki ni shite o-kure
Sore de mo kumotte naitetara
Sonata no kubi wo chon to kiru zo

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Troca Feita pelo Alexandre Maia

Yasmin passou um curto periodo aqui em Paris. Veio para fazer
um intercâmbio entre a Faap e a Beaux-Arts. Nessa época todos
os estudantes brasileiros da escola (Renata Haar, Marina Simao,
Renata Egreja, Joana Zimmermann, Yasmin e eu) estávamos em-
penhados em dar vida à um projeto de coletivo. « O boco » aca-
bou sendo o nome que foi dado à um grupo de amigos que se en-
contrava regularmente para conversar. Nao produzimos nada em
comum mas compartilhamos bons momentos que estarao sempre
associados à passagem de Yasmin por Paris.

Yasmim fez um trabalho muito bonito, em diver-
sas etapas, que acabou originando sua troca com
o moitara. Numa performance realizada na esco-
la ela parecia ter tirado um bloco de terra de suas
entranhas, despedaçando em seguida esta argila
com suas maos, com seu corpo com seu rosto até
deixa-la completamente disforme, uma poça de
lama no chao cinza do ateliê. Coberta de lama,
de suor, exausta, ela abandona o espaço que fica,
silencioso, marcado pela passagem desta luta de
uma mulher consigo mesma.

Algum tempo depois ela utilizou esta mesma ar-
gila para dar forma à uma série de pequenos ob-
jetos antropomorfos, como ex-votos. Em segui-
da ela deixou estes fragmentos nas reentrâncias
de um antigo muro da escola realizando assim
uma forma de ritual intimo. (Esses objetos estao
la até hoje). Ela pegou três deles e ofereceu-os
em troca de seu Moitará.

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Troca feita pelo Alexandre Maia

Durante as ferias de verao, em agosto de 2008, eu
vendia alguns trabalhos para ganhar um trocado em
frente ao centro George Pompidou. Pedro, que pas-
sava por ali, reconheceu numa das fotos a escola de
artes visuais do Parque Lage. Foi assim que começou
a conversa.

Ele viera do Rio para fazer um intercâmbio na escola
de arquitetura Paris Malaquais que divide espaço com
a escola de belas artes. Cedo ou tarde acabariamos nos
conhecendo mas o acaso acabou antecipando o encon-
tro.

Em pouco tempo, criou-se uma dessas amizades que ja
existia antes mesmo de nascer e que teremos conosco
para sempre: Pedro, Marcelo (Moitará 399) e eu. Paris
nos pertencia, viva, plena e cheia de significados. Foi
uma bela época que acumulou em si todas as estaçoes
do ano com o que cada uma teve de singular.

Pedro trocou o seu Moitará por um diario preenchido com
notas, escritos e desenhos que fez durante sua viagem por
Berlin e Viena: «Nao pudemos fazer essa viagem juntos,
mas posso compartilhar algumas coisas que vivi atraves
deste diario».

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Troca feita pelo Alexandre Maia

Tambem conhecida como « petit lapin » (pequeno coelho) em certos meios, Lea é minha namorada que-
rida, com a qual compartilho a vida. Nos conhecemos na beaux-arts em tempos de sol e ja faz ago-
ra quase dois anos que estamos juntos. Teria tanta coisa para contar sobre essa menina, tao especial e tao
linda. Como eu poderia explicar com poucas palavras aquilo que fez com que eu me apaixonasse por ela?

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Troca realizada pelo Alexandre Maia

O pequeno Joakin, quando o conheci, tinha
apenas um ano de vida. Qual a historia do
pequeno principe e da raposa, tivemos que
aprender com o tempo a nos conhecer. Pas-
sado o estranhamento mutuo dos primeiros
encontros, nossa relaçao foi se tecendo na-
turalmente como que feita pelas maos de
uma delicada sabedoria.

Aprendi aos poucos à identificar os si-
nais que ele emitia. Ele, aos poucos, foi
se adaptando à minha maneira de ser. Di-
ferentes formas de expressao floresceram
entre nos. Nossa comunicaçao ganhou
uma linguagem propria, e assim, nasceu
uma deliciosa amizade.

Vi o seu crescer, vivênciei o despertar de
suas paixoes, contemplei em seus olhos o
prodigio da existência, a infância de um
mundo.

Durante três anos cuidei desta criança…

Tendo a ideia de trocar um moitara com
Joakin, esperei os sinais que indicassem que
ele estaria pronto para entender o que signi-
ficava a palavra « trocar ». Nao demorou
muito tempo. Joakin sempre teve um grande
interesse pelas pessoas, ele dificilmente
brincava sozinho. As coisas, os brinquedos
eram sobretudo um pretexto para entrar em
contato com o outro.

Um dia, quando ele tinha dois anos, fomos ao parque Buttes-Chau-
mont. Ele quis levar varios brinquedos, bola, bonecos, cartas, ani-
mais, livros… Chegando la, ao avistar um grupo de crianças ele tirou
todos os brinquedos que havia trazido e destribuiu para elas tornando-
se por um momento o personagem mais popular do parque.

No dia seguinte, mostrei-lhe o Moitará, expliquei a historia, fanta-
siando um pouco o lado magico do objeto, e perguntei: se eu lhe desse
isto, o que você me daria em troca? Ele foi até o seu « tesouro » e
pegou um monte de objetos. Pedi que escolhesse um. Ele tirou do
monte um colar no qual havia pendurado um estranho objeto branco,
uma espècie de amuleto, e estendeu para mim. O que é isso? « Un
Canard! » Um pato, como aquele que haviamos visto no parque.

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estes moitarás estão em paris com o alexandre (moitará 515), ele é representante certificado moitará e correspondente internacional! em breve saberemos que trocas ele está fazendo por lá!!!

abaixo carta enviada pelo alexandre ao opavivará! e grupoum:

Queria dizer que fiquei encantado com este trabalho de vocês. Um
sistema de troca simbolica que tive o prazer de ver acontecendo entre
o Daniel e as pessoas queridas que conhecemos em Paris. Cada Moitara
permitiu um contato humano especial, uma historia bonita que ficara
registrada com carinho nao so na memoria mas tambem como parte deste
projeto que vive e se alastra aos poucos pelo mundo.

Senti pena pelo fato de que esta historia deixara de acontecer por
aqui com a partida do Daniel. Muitas pessoas queridas nao estavam por
aqui por conta das ferias, gostaria que elas entrassem nessa
historia… Alem do mais, pude ver que o Moitara é um elemento meio
magico que tem a capacidade de estabelecer um elo todo especial entre
as pessoas. Nessas terras frias, distantes isso é tao dificil de
criar. Enfim… seria bom se a magia pudesse continuar…

Entao deixo aqui o pedido para o Opavivara e para o grupo Um, para
permitirem que eu represente vocês aqui em Paris, como uma especie de
correspondente internacional. Eu me comprometo a dar uma historia para
cada moeda que me for confiada e fazer entrar nessa imensa roda muita
gente querida ! Tambem asseguro que manterei contato, atualizando tudo
o que for acontecendo e arrumarei um jeito de enviar os objetos caso a
troca se faça contra alguma coisa material.

Sei que é um pedido meio fora do habitual entao se nao rolar nao tem
problema nenhum, foi apenas uma idéia…

Vida longa ao Moitara !
Abraços,

Alexandre Maïa

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A Ana trocou por um pedaço de um cordão de sementes que foi repartido em 3. Um está comigo, outro ficou com ela e o terceiro etá com o Alexandre (moitará 515).

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Eu e a tatiana já nos conhecíamos no Rio e nos esbarramos por acaso em Paris. ela trocou por um Trabalho seu “la mujer que voa”. Um adesivo e um imã de geladeira.

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A Joana é artista e etsá morando em Paris. Ela trocou por um potinho com agua benta da festa da padroeira de MG. Ela guardava a agua a 3 anos. Oxalá!!!

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O Marcelo, mais um amigo apresentado pelo Alexandre em Paris, trocou pela única “coisa de arte” que fez desde que está na França. Valeu a troca e tomara que escreva mais!!!

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Eu e vanessa nos conhecemos na França, ela é brasileira e está morando em Paris. Trocamos por um reenco aqui no Rio de Janeiro… Em breve…Até já Vanessa!!!

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A Ulli ( que é companheira de Thomas-moitara125) trocou por sementes para serem germinadas e comidas. Vamos fazer todo o processo e depois apresentar as imagens de todas as etapas.

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6.7.08

renata har
A renata é uma amiga do Alexandre (moitara 515) que tambem é artista. Ela recebeu seu moitará e na mesma hora trocou por um papelote de porpurina prateada. Ela está desenvolvendo um trabalho com purpurina e aqui em paris ela é cara e rara! Alem disso a renata esta juntando lentamente toda a purpurina que consegue para um dia poder realizar seu trabalho! Muito brilho para todos nós!!!! hehehe

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Thomas, amigo do Alexandre (moitará 515), trocou por uma música de Villa -Lobos que tocou no seu violão e foi filmado em sua casa na França em Paris (6/7/08).

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06/07/08
Marina Perez Simão
Marina trocou o moitara por uma figa de madeira que ela trouxe consigo da Bahia. Ela estava muito certa e feliz da sua troca!!!

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Minha primeira troca em Paris. O Alexandre está me recebendo generosamente em sua casa aqui. Fiquei aqui na casa 15 dias. De fato é uma das trocas mais importantes pois viabiliza a realização de mais trocas de moitarás em Paris. A troca do Alexandre consistiu em usar seu moitara em um de seus trabalhos que se chama Oferenda a Exu….. no final a moeda 515 foi usada em um ritual no qual ele pediu vida longa ao Moitará. O que eu sei é que a moeda está enterrada próxima a umas ruínas que existem dentro da Escola de Belas Artes de Paris (onde o alex estuda). Depois dessa troca, aconteceram varios encontros maravilhosos e trocas muito especiais! Vida longa ao Moitará!!!
« Oferenda»
Fascinado pelo universo simbolico do Voodoo e da Macumba eu me deixei
inspirar pelo imaginario dessas religioes incorporando elementos de
sua pratica em meu trabalho.

O pote é um objeto emblematico, sempre presente durante os cultos.
Forma primordial da criaçao humana, ele se faz pelo acumulo de materia
e pelo acumulo de vazio, crescimento phalico e invaginaçao. O pote é
ventre materno e urna funeraria ao mesmo tempo. Pode servir de
recipiente à tudo aquilo qui nutre o homem ou receptaculo proprio à
ser alimentado pela imaginaçao do homem por espiritos e deuses.

A instalaçao é uma especie de animal pré-historico feito em ceramica,
erguido sobre um suporte em ferro forjado em forma de touro. Este
bicho possui uma cauda por onde derramo um leite viscoso que
accumula-se num ventre interno. Este liquido escorre pela boca e
goteja dentro de um pote, enquanto um cheiro de insenço, café e leite
impregnam o ambiente.

Mas tarde, refiz esta instalaçao numa encruzilhada situada atras do
jardim fechado da escola de belas artes. Um lugar estranho, meio
abandonado, com duas colunas doricas e um semi-circulo em pedra, ruina
de uma antiga fonte, ja tomada pela vegetaçao. Neste terreiro, fiz
minha oferenda à Exu.

Cavei um buraco no chao e coloquei a tampa de um pote por cima,
criando uma invaginaçao que se abria direto para dentro da terra. Por
este buraco joguei meus presentes para Exu. Ofereci cachaça, tabaco,
insenço, fosforos, folhas e o Moitara de numero 515… Em seguida,
jorrou leite pela boca do bicho cobrindo todos os presentes de eterna
fertilidade. Alguns dias mais tarde, fui enterrar o buraco que ja
estava repleto de mofo. Enquanto realizava o ritual, pedi vida longa
ao Moitara e ao coletivo. Esta foi minha troca…

Queria dizer que fiquei encantado com este trabalho de vocês. Um
sistema de troca simbolica que tive o prazer de ver acontecendo entre
o Daniel e as pessoas queridas que conhecemos em Paris. Cada Moitara
permitiu um contato humano especial, uma historia bonita que ficara
registrada com carinho nao so na memoria mas tambem como parte deste
projeto que vive e se alastra aos poucos pelo mundo.

Senti pena pelo fato de que esta historia deixara de acontecer por
aqui com a partida do Daniel. Muitas pessoas queridas nao estavam por
aqui por conta das ferias, gostaria que elas entrassem nessa
historia… Alem do mais, pude ver que o Moitara é um elemento meio
magico que tem a capacidade de estabelecer um elo todo especial entre
as pessoas. Nessas terras frias, distantes isso é tao dificil de
criar. Enfim… seria bom se a magia pudesse continuar…

Entao deixo aqui o pedido para o Opavivara e para o grupo Um, para
permitirem que eu represente vocês aqui em Paris, como uma especie de
correspondente internacional. Eu me comprometo a dar uma historia para
cada moeda que me for confiada e fazer entrar nessa imensa roda muita
gente querida ! Tambem asseguro que manterei contato, atualizando tudo
o que for acontecendo e arrumarei um jeito de enviar os objetos caso a
troca se faça contra alguma coisa material.

Sei que é um pedido meio fora do habitual entao se nao rolar nao tem
problema nenhum, foi apenas uma idéia…

Vida longa ao Moitara !
Abraços,

Alexandre Maïa

RESPOSTA: Alexandre estamos estudando a possibilidade de te enviar algumas moedas….aguarde contato!

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