Troca realizada pelo Alexandre Maia
O pequeno Joakin, quando o conheci, tinha
apenas um ano de vida. Qual a historia do
pequeno principe e da raposa, tivemos que
aprender com o tempo a nos conhecer. Pas-
sado o estranhamento mutuo dos primeiros
encontros, nossa relaçao foi se tecendo na-
turalmente como que feita pelas maos de
uma delicada sabedoria.
Aprendi aos poucos à identificar os si-
nais que ele emitia. Ele, aos poucos, foi
se adaptando à minha maneira de ser. Di-
ferentes formas de expressao floresceram
entre nos. Nossa comunicaçao ganhou
uma linguagem propria, e assim, nasceu
uma deliciosa amizade.
Vi o seu crescer, vivênciei o despertar de
suas paixoes, contemplei em seus olhos o
prodigio da existência, a infância de um
mundo.
Durante três anos cuidei desta criança…
Tendo a ideia de trocar um moitara com
Joakin, esperei os sinais que indicassem que
ele estaria pronto para entender o que signi-
ficava a palavra « trocar ». Nao demorou
muito tempo. Joakin sempre teve um grande
interesse pelas pessoas, ele dificilmente
brincava sozinho. As coisas, os brinquedos
eram sobretudo um pretexto para entrar em
contato com o outro.
Um dia, quando ele tinha dois anos, fomos ao parque Buttes-Chau-
mont. Ele quis levar varios brinquedos, bola, bonecos, cartas, ani-
mais, livros… Chegando la, ao avistar um grupo de crianças ele tirou
todos os brinquedos que havia trazido e destribuiu para elas tornando-
se por um momento o personagem mais popular do parque.
No dia seguinte, mostrei-lhe o Moitará, expliquei a historia, fanta-
siando um pouco o lado magico do objeto, e perguntei: se eu lhe desse
isto, o que você me daria em troca? Ele foi até o seu « tesouro » e
pegou um monte de objetos. Pedi que escolhesse um. Ele tirou do
monte um colar no qual havia pendurado um estranho objeto branco,
uma espècie de amuleto, e estendeu para mim. O que é isso? « Un
Canard! » Um pato, como aquele que haviamos visto no parque.
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